Mais um ano se encerra, mais um Natal se aproxima. Neste ano observamos o crescimento de uma fé num Deus triunfante, um Deus-Rei que mora longe. Surge um Deus que se manifesta na emoção do louvor e na efusão da pregação. Mas e o Deus-Homem Jesus Cristo? Para onde foi? Aquele homem que nasceu pobre, viveu entre os menos abastados, que foi simples, para onde ele foi? A experiência da fé em um Deus-Homem parece se perder. Surge uma fé no extraordinário. Surge uma fé em um Deus individual que não se manifesta no outro. Se o cristianismo primitivo considerava a manifestação de Deus no outro, sendo a comunidade o ponto central, essa nova forma de fé trata de um Deus que se manifesta individualmente para cada um. Um Deus do indivíduo... Lentamente a perspectiva da comunidade parece se perder. Sem comunidade, não há cristianismo. Com a falta da perspectiva da comunidade, começamos a não reconhecer o outro como tal e perdemos de vista as necessidades e peculiaridades de cada
Depois de algum tempo de busca espiritual, nos deparamos com o Natal em sua divina-humanidade. Cada vez que nos debruçamos a entender o que há de divino no Natal, encontramos nele a humanidade. Trata-se da história de um homem que se manifesta em sua completa finitude, em sua mais pura humanidade. Aquele que é o centro das opulentas atrações natalinas nasceu pobre, mendigo, forasteiro e desamparado. O que há de divino nisso? Nada, se considerarmos como divino algo sobrenatural. Diariamente nascem milhares de crianças em circunstâncias parecidas e até piores. O menino que hoje celebramos não veio para ser um monarca poderoso, com muitos bens e reinos, veio para ser servo, humilde e simples. O Deus Cristão é o Deus-Homem, humano, finito. Este Deus se fez o menor de todos, se fez frágil, pequeno... se fez menino... Um menino como qualquer outro, que sentiu fome e chorou, que mamou, que teve todas as necessidades de qualquer pessoa, que perdeu seus dentinhos d